Chuva

Eu tenho uma chuva

Que cai.

Eu carrego o guarda-chuva

Que me desprotege de viver à chuva.

O guarda-chuva aberto em mim

E eu colocando a mão pra fora

Dele

Pra sentir aquelas aguinhas

Caindo tão irregularmente sincronizadas.

E batendo no chão

E escorrendo pelo asfalto

Formando uma natureza

Passada

De lembrança

A vontade de deixar que...

também converse comigo.

O guarda-chuva ainda na minha outra mão.

Agora o seguro bem forte pra não guardá-lo

De raiva também em ter a obrigação de deixá-lo exercer sua natureza.

A natureza se formando toda.

E eu na eminência...

De...

De.

E só.

O ônibus chega e parto.

thais rey grandizoli
Enviado por thais rey grandizoli em 09/09/2007
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