Chuva
Eu tenho uma chuva
Que cai.
Eu carrego o guarda-chuva
Que me desprotege de viver à chuva.
O guarda-chuva aberto em mim
E eu colocando a mão pra fora
Dele
Pra sentir aquelas aguinhas
Caindo tão irregularmente sincronizadas.
E batendo no chão
E escorrendo pelo asfalto
Formando uma natureza
Passada
De lembrança
A vontade de deixar que...
também converse comigo.
O guarda-chuva ainda na minha outra mão.
Agora o seguro bem forte pra não guardá-lo
De raiva também em ter a obrigação de deixá-lo exercer sua natureza.
A natureza se formando toda.
E eu na eminência...
De...
De.
E só.
O ônibus chega e parto.