Tropeçando nas decepções

Vontade de ir embora. Fugir das decepções. Procurar um outro mundo onde talvez não me acompanhe mais esse fantasma que surge sempre inesperadamente à beira dos beirais e me sorri com desdém.

Vontade de desaparecer deste tão comum mundinho de tropeços em decepções, me fazendo pensar que, de fato, não há nada mais a ser modificado por aqui.

Ah! Por que essa masmorra de mesmices massacrando a vida que tem tudo para ser bela?!...

Vontade de não mais estar. De pensar que ingenuidade é mesmo acreditar que o mundo é bom, que nós somos bons e que a paciência é infinita. (Mentira! Tudo tem um ponto de "Basta!")

Ah! Os bons pensamentos, as boas palavras, as boas ações... Para quê? de que servem? para que servem?, se nem os tesouros das mentes inquietas são vencedores nas maldades do mundo?

É... hoje vejo que tive a vontade heróica de sempre acreditar... Mas não valeu. Não compensou. Cadê a troca? O retorno? A recompensa. A compensação?

Só a solidão tem força bastante para juntar os cacos.

Então, junto os meus.

Vou-me embora (não para Pasárgada... até poderia com ela ter sonhado, mas sei que não é para mim...).

Chega de cordialidade! (Por causa dela até as mãos de quem com ela me faltou, eu as apertei... e mais: beijei-lhe os lábios, olhei seus olhos!... Hoje estou pasma de mim mesma!)

Solto a corda. Quase toda. Mas sei bem onde está o nó para que não se me vá também a vida.

Fantasmas me espreitam... são mais leais que meus próprios amigos. Mais fiéis que meus próprios amores.

...dezessete... vinte e um... ... ... trinta!

Não sobrou nenhum.

Todos estão comigo.

Se eram os cacos que me impediam, eles já não existem.

lilu
Enviado por lilu em 10/09/2007
Reeditado em 10/09/2007
Código do texto: T645780