Eu prisioneira de mim
Olhos verdes esmeralda
mas opacos
Olhos vítreos já que não encontram
o fogo dos teus
Boca bonita
mas sem vida
Boca morta, sem o teu beijo,
puro prazer...
Mãos suaves, de princesa
mas endurecidas
Mãos inativas, não podem
buscar o calor das tuas.
Corpo vigoroso, mulher
mas estagnado
Corpo pesado sem o retorno do teu,
vivo-quente!
A fome do corpo mata
A fome do espírito se eterniza
A fome de você gera:
Dor
Ansiedade
Solidão
Eu prisioneira de mim
Como bicho preso
A busca desesperada no olhar
Que vê:
Pessoas
Objetos
Cenas
Olhos que não vêem você
A ânsia pelo vôo da liberdade
Que só a consciência pode dar
Única ciência de verdade
VOCÊ
Eu não sou sem você
Eu prisioneira de mim
Você rumo ao infinito.