TEMPOS ELEITORAIS (apenas uma parábola)

Hospital público brasileiro

Em sua triste e dura realidade... e tão caótica!

E no leito da UTI, a nele s’estar apenas um único paciente

Mas, como grave s’está!

Será qu’ele, pois vingará?

Qual seria su’esperança?

(se é qu’alguma ainda teria!)

Ah, quando finalmente este tempo s’agonizará?

Com sua mentalidade falsa e perversa

E tão suja e imperada pela ditadura da hipocrisia!

Sob a capa de querer a outros ajudar

Quando não s’importam com nada nem com ninguém

Entretanto, quem deveras os reconhecerão?

Alguns médicos desistiram

Já não mais querem nele s’investir

Ao que creem não valer à pena

Então, por que com ele ainda trabalham?

Apenas por desencargo de consciência?

Será que, porventura, acreditam em algum milagre?

(não oriundo de suas mãos, o que é certo)

E, paradoxalmente, oh, vede o quanto muitos laboram

É verdade!

Ou seria visto que não se perceberam o incêndio a que ali s’alastra?

E então o estômago quanto s’esforça na digestão

... a se parecer até impossível!

E não são muitos que deste modo o fazem?

Presságio d'esperança?

Quem sabe!

E de repente, surge uma vaga... para plantonista clínico

Porem, só uma

E quantos médicos eis que tanto esperaram por aquele momento!

Contudo, qual a intenção de cada?

Seria de fato curar aquele infeliz doente?

(a se parecer moribundo)

Ou seria somente a pretender o devido soldo do plantão?

Oh, homem! vá ao encontro de quem a ti imploras

Não percas tempo

Mas, vá depressa para qu’assim o ainda com vida o encontres

Não te proteles de desta forma o fazer

E, assim, se candidatam à singular vaga

E todos a repetir a mesma retórica:

“A minha intenção é fazer o melhor de mim aqui

... e prometo recuperar o devido paciente

... e por ele darei todo o meu tempo... e minha vida”

Será?

Como se saber?

Todos os pretendentes dizem a mesma coisa

Em quem, à vista disso confiar?

Em qual deles se deveria admitir no então hospital?

Ah, como é indecente a conduta de tantos

... que almejam somente “brincar” com a vida d’outros

A que se posam de justos e inocentes cordeiros

... quando na verdade são lobos disfarçados!

E, infelizmente, no desespero ou na cegueira de muitos

... eis que então os escolhem para serem os pastores de nossas vidas

Ó nefasta e torpe nação!

A que nos prometem paz e liberdade

Todavia a todos dá somente jugo e escravidão

Oh, até quando teremos que conformar com suas mentiras

... e aceitar como certo o teu domínio sobre nossas vidas?

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03 de outubro de 2018

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 03/10/2018
Reeditado em 03/10/2018
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