Ao Ouvidor

Ao ouvidor, que surdo estais pela negação e dissabor.

Ao ouvidor, que tanto fez o amanhã, ao qual nos jardins jaz a flor.

Ao ouvidor, que traz em sua racional percepção a vista de uma verdade,um grito de justiça.

Ao ouvidor, que por conta de casta e favor, permitiu a injustiça do açoite de uma martelo na mão da toga que racionalizou sua vontade sofista.

Ao ouvidor, em sua função mais ética , transcendeu uma paixão de não ouvir os empíricos.

Ao ouvidor, que preferiu ser lembrado como aquele que se omitiu ao invés de ter escutado as diversas direções da verdade.

Lamentável ouvidor agora e tarde, talvez quem sabe, para poder soltar um grito de liberdade.

A injustiça se contrapondo aos ouvidos surdos do ouvidor que serve sempre aos seus maiores do que a sua própria gente, que lhe deu respeito e tanto amor.

Gilmar Camará
Enviado por Gilmar Camará em 13/10/2018
Código do texto: T6475375
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