Contraparte.
Meus dedos correm soltos no branco do papel,
A redigirem vocábulos nas fronteiras do tom,
Percorrem os perímetros de um verde carretel,
Borbulhando nesta arte como sendo um dom,
Ali galopo mistérios que habitam minha mente,
Diversos tópicos, demandas e também poemas,
Ali as letras saem sorrateiramente pela tangente,
Brotam os estros na conclusão de outros temas,
Neste alvo formulário consinto os sim e os não,
Declaro os rumos dos caminhos por onde andei,
Os cômputos imprecisos dos tempos que virão,
Os resultados aferidos das contas que não somei,
Registro todas as impressões sutis do alfabeto,
A sensação pura que num só coração não cabe,
A concepção de um posicionamento predileto,
E a evidência de uma história que ninguém sabe,
Ali eu importo desejos que ainda não encontrei,
Em mil conveniências que notabilizam a gente,
Ali sou mortal, o regulador, e até mesmo a lei,
Para que as letras singelas durem eternamente!