Contraparte.

Meus dedos correm soltos no branco do papel,

A redigirem vocábulos nas fronteiras do tom,

Percorrem os perímetros de um verde carretel,

Borbulhando nesta arte como sendo um dom,

Ali galopo mistérios que habitam minha mente,

Diversos tópicos, demandas e também poemas,

Ali as letras saem sorrateiramente pela tangente,

Brotam os estros na conclusão de outros temas,

Neste alvo formulário consinto os sim e os não,

Declaro os rumos dos caminhos por onde andei,

Os cômputos imprecisos dos tempos que virão,

Os resultados aferidos das contas que não somei,

Registro todas as impressões sutis do alfabeto,

A sensação pura que num só coração não cabe,

A concepção de um posicionamento predileto,

E a evidência de uma história que ninguém sabe,

Ali eu importo desejos que ainda não encontrei,

Em mil conveniências que notabilizam a gente,

Ali sou mortal, o regulador, e até mesmo a lei,

Para que as letras singelas durem eternamente!

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 30/10/2018
Código do texto: T6490526
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