Abstinência

Sozinha,

em silêncio no vazio do quarto

com a mente num profundo barulho.

Alma aos berros e em chamas,

sobre a pele mantinha a mais pura calma.

A doçura em seu rosto tapando o buraco negro em si,

em quanto a carência batia forte na porta.

Era aquela falta de novo.

A droga da ansiedade não a deixava em paz, iludir-se era uma vício incontrolável.

Estava invisível para si mesma,

inalcançável,

o espelho era um inimigo cruel.

Sentimentos se esvaindo,

a faísca da esperança tentando reacender-se.

Frio! Ficava cada dia mais gelada por dentro,

o corpo em crise de abstinência,

a definição de prazer sendo esquecida.

"Um dia alguém virá, um dia alguém me enxergará!"

"Quem, menina? De onde?

Resgate-se sozinha."

O cérebro sabia que era loucura,

mas e se não fosse?

"Durma, querida".

O subconsciente sabia que esse era o remédio,

então, ela pegou suas dores e foi ao encontro dos braços de Orfeu.

Bom dia!

Foi dado o restart, hora de por o sorriso amarelo novamente.

Srta Cabernet
Enviado por Srta Cabernet em 06/11/2018
Código do texto: T6496335
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.