FEDE A POESIA
O colostro amargo e prolífico da prosa
O sápido corrimento fidedigno do verso
Estão caindo em regra, ensangüentando.
Holocausto de dissabor, oásis de pó e muitíssima dor
A nós, renitentes entes, uma medalha branca
Linho quente a cobrir os inopiosos olhos.
O enxofre pesa no ar e as narinas o perquirem
Poluem-se, castram-se, conquanto fluam... sereníssimas
Santa sapiência!
Nestes dias lacrimais, vastos são os lastros
Bate forte a aldrava e a morte está tenra
Escadas por esquinas e o fórceps a agir.
Sinto o olor cataclísmico da poesia
Por mais estarrecida que arda minh’alma
Agonizam meus testículos à morsa algoz.
Desterra-se pardo e pulverulento emplasto
A lamber-me as axilas, a frutar-me o lóculo
A antecipar-me o instante preciso e oco.
Ó poderoso e inesquecível jasmim!
Estenda-me suas asas perfumadas
Ablua-me destas pretas indulgências... nigérrimas!
Quanto inda plantar, se não me nutro por estolões?
Se não me mudo por milhões de quinhões?
Quanta inquietude!
Penso nas gerações vindouras...