A solidão chega

As vezes a solidão chega pra nós, outras é a gente que chega pra ela.

As vezes sentimos saudades de algum tempo, outras é o tempo que sente nossa falta.

As vezes a gente grita contra o vento e as palavras retornam contra nós. As vezes cantamos algum som, outras o som canta para nós.

As vezes nos despimos e deixamos a água nos molhar, e muitas vezes nessa mesma vez, a água acaba cobrindo nossa nudez.

As vezes nos refugiamos no rejeito, do rejeito fazemos morada, mas nunca um lar. E outras vezes do lar fazemos rejeito, porque precisamos voar.

E voamos para a tempestade, nunca para calmaria. Enfrentamos aquela até a calmaria chegar.

Mas outras vezes a solidão chega pra gente, quando a gente decide não ficar mais. Porque o tempo deixa de sentir nossa falta quando leva com ele um pouco de nós.

E contra o vento não vão só as palavras, vão tudo o que fomos um dia. A tempestade continua uma vez que entramos nela, e a calmaria, nunca mais.

E a gente não é mais a gente, uma vez que decidimos não ser, outra vez que nem escolhemos. Quem decidiu foi o tempo que nos fez passar e a solidão que decidiu chegar.

maria paula da silva lima
Enviado por maria paula da silva lima em 12/11/2018
Código do texto: T6501306
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.