Não há tempo
Não, não sou teu amigo
Sou o amor imortal, em teu universo morrendo
Porque nessa vida não há tempo
Porque o amor não cabe no verso
Se irradia fulminante pelo pensamento
Eu sou o jazz diabólico do Ray
estraçalhando os músculos do teu ventre
Te fazendo sacudir por dentro sem parar
e sem querer, e querendo
Enquanto o negro canta "what'd i say" eternamente
em sua voz que despreza a morte
Tão lamentável, ainda não há tempo
E eu, sentado à janela desse hotel, te invento
te sopro com a lua e meu senso alcoólico
E espero um ranger de dentes e um arfar do vento
enquanto pelo clarão da porta, tu entres
Tão negra e nua na minha mente
E deixe teu cheiro onde nunca esteve