num ato corpóreo...

Num ato corpóreo quase me desato. Nó travado na garganta . Aquele de amarrar o cardíaco. Ou de tênis que dá o mesmo nó mil vezes porque é muita corda de dar tropeço. Ou nó de oito. O nó que se dá antes do laço. Nó de linha. Nó de cais. Nó de corda. Puxa aqui e ali a mão da vida e morte. Severino nó. Campo de batalha com cabo de guerra rasgo-me toda numa indigesta hera. Pêndulo entre circunstâncias e nada me parece favorável. Opero rasgos em mim invés de desmanchar o nó. E preciso garra pontuda. Unha postiça. Qualquer coisa afiada ou aguda como um prego a abrir a junta dos ossos. O nó dos músculos matando lentamente asfixiando a fala. Crava a cruz às vias de onde poderia sair-me. Eu sei, aos poucos, isso sangra.

Alessandra Espinola

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 07/02/2019
Reeditado em 20/08/2019
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