Cousas que vivem na gente
Lá onde cê sabe que existe
Ainda espera por ti, mesmo que não venhas
Lembra do dia que as folhas caíram
Tinha aquele portão com a pinguela
por onde despretensiosamente fugiste
Galopes, galopes
Um último olhar, mas a névoa já cobria tudo
O sinhô, arrependimento não tem vez
Vem quando a gente deita para o descanso
Mas sabe-se lá onde foi parar minhas lágrimas
Secou tudo por dentro
Rugas contam histórias, mais ainda as olheiras
As coisas que carregamos, nem sempre estão assim à vista
Muito fica-se à espreita, para surpreender quando tu menos espera
Morreu um cão
Então chorei
E nisso me alembrei bem, de quando passei por aquele por portão
Misteriosamente lembrei até do dia que cai e me esborrachei no chão
Vá entender como fica os sentimentos dentro da gente
Tudo empoleirado, tem vez que uma sacudidinha desperta tudo
Tem vez que um vendaval nem faz sinal.