Cousas que vivem na gente

Lá onde cê sabe que existe

Ainda espera por ti, mesmo que não venhas

Lembra do dia que as folhas caíram

Tinha aquele portão com a pinguela

por onde despretensiosamente fugiste

Galopes, galopes

Um último olhar, mas a névoa já cobria tudo

O sinhô, arrependimento não tem vez

Vem quando a gente deita para o descanso

Mas sabe-se lá onde foi parar minhas lágrimas

Secou tudo por dentro

Rugas contam histórias, mais ainda as olheiras

As coisas que carregamos, nem sempre estão assim à vista

Muito fica-se à espreita, para surpreender quando tu menos espera

Morreu um cão

Então chorei

E nisso me alembrei bem, de quando passei por aquele por portão

Misteriosamente lembrei até do dia que cai e me esborrachei no chão

Vá entender como fica os sentimentos dentro da gente

Tudo empoleirado, tem vez que uma sacudidinha desperta tudo

Tem vez que um vendaval nem faz sinal.

Galeano flores
Enviado por Galeano flores em 17/02/2019
Reeditado em 18/02/2019
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