ilusão? amor? paixão?
O que é amor senão dependência?
O que é a solidão senão carência?
Espero o abraço que me protege.
E como dois, não estamos sós...
Sou revolta quando me perco
Dentro de meu egoísmo mesquinho
Auto-afirmação! Insatisfação!
Completude, busco no outro.
Querendo um “igual”, ideal, irreal.
Sempre errando, iludindo, enganando.
Sendo esmagada pela dura realidade
Da incapacidade de ser a metade
Do outro, achar sua falta, compensar...
Então se amo, hoje amo sem pensar.
Apenas sorvendo, a beleza das coisas.
Como o poeta vê, admirando sem limitar.
Tocando, sem querer moldar.
Sentindo e se deixando levar.
Pelo vento que acalenta.
Pela chuva que encharca, ensopa.
Sou olhos atentos, ouvidos e concentração.
Não perco o espetáculo da criação.
Seus olhos, seus lábios, sua expressão.
Arte de bom gosto, ah seu gosto....
Doçura, brandura, pimenta...
Que envolve, acaricia e esquenta.
Loucura que explode no peito.
Culminando no sorriso sincero
De sentimentos mais que paixão.
Mas que ainda longes da razão.
Deixa nos lábios a interrogação
Solução?