A Corda

A corda aperta

o pescoço,

pergunto-me:

de quê adianta a agonia,

logo estarei morto!

Não é esta a corda

que aflige-me.

Mas a corda que me impede

de ser o que sou.

Esta corda mata-me

em vida,

desde o momento que acordo

e respiro.

São as mãos

que me estrangulam,

aniquilam sonhos,

formam máquinas.

O molde estabelecido:

Possua, siga, finja felicidade,

finja amar, finja ser.

Difícil entender,

o que posso fazer?,

a não ser fingir da

mesma forma,

ignorar a corda.

Esta tudo bem!

Finjo ser feliz,

finjo amar,

mas não consigo fingir ser.

Então:

Eu amo,

sou feliz

e sou.

E a corda,

como um belo colar

exibo, mesmo que venha

a me sufocar.

Rafael Razador
Enviado por Rafael Razador em 20/02/2019
Reeditado em 20/02/2019
Código do texto: T6579812
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