Solilóquio ou solidão?

Eu falo sozinho. Minha alma não encontra par ou caminha, lar ou vizinho.

Sou vítima dos meus desejos e instintos reprimidos, amores platônicos e feridas.

Em mim não cabe, amor ou carinho. Abandonado, abandonei, me abandonei, me deixei de lado, me escondi na minha jaula mesmo a porta estando completamente aberta. Escondi meus detalhes, menti meus erros, falhei. Sou opressor e vítima, sonhador e racionalista, nefasto e culpado. Sou tão morto mesmo estando vivo, tenho crença e sou descrente, Deus não pode levar a minha alma fria, nem mesmo diabo a minha alma quente. As minhas veias acumulam teias, os meus olhos são de vidro, o meu rosto é uma mascara e meu corpo proibido. Fui selado pelo destino, não tentei mudar meus rumos, não espero nada de bom ou mal que possa surgir desse mundo. Todos os dias imploro, o meu id só quer fuga, mão amiga, mão simplória, sem julgamentos, sem culpa, que me remova da caixa de pandora e me exiba, me mostre como um tesouro de outrora.