“Geométriei” e daí? (Com licença poética)

Distanciei-me do deserto que habitava minha mente. A sede de conhecimento era tão grande que buscar a ciência foi o meu real destino.
Cheguei bem perto daquilo que almejava, mas muito longe daquilo que precisava... Nossos olhares são tão aquém daquilo que é saudável que, por vezes, é preciso um distanciamento crítico, um “recuar para tomar impulso”.
Não que a verdade não tenha versões e cada um apresente o “seu prato principal” temperado pela vaidade sobre uma mesa de incertezas (certas), mas que os argumentos são dispensados quando os fatos provam, reprovam, se perdem, isto é notório.
Tem viagens mentais que devolvem a segurança em segundos, e outras, que sugam cada canto do quadrado que edifica as paredes da alma, que hoje assume tantas outras formas da trigonometria.
No círculo vicioso do ego é fácil reconhecer a roda, sem invenções, apenas constatações.
No retangular amasso em que "cumprimentos" valem mais que outros lados.
No trapézio, volumoso e esteticamente encorpado (músculo) cabem as sensações de peso, despojadas pela lei da ação/reação.
Na esfera, uma fera que surta e ataca, que acalma e mata, que empata, que debocha da razão.
E depois de ver a mente encarnada em tantos tons sem cinza, pulverizo o remédio que sacrifica o homem, mas o resgata.
Tem muitas formas de virar cactus, uma delas é a lei da sobrevivência... Pena que não a domino, só aprendo, repreendo, compreendo e resigno (se a licença poética permitir).
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 11/03/2019
Reeditado em 16/05/2019
Código do texto: T6595156
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