A solitária cigana do espaço

Ela dança, mas ninguém vê

No delírio dos dias enlouquece

a quem tenta conhecê-la.

Ela é um poço de nada

oferecendo ao espaço

tudo o que tem.

É a cigana maculada

por uma ferida

que não vale vintém.

Há tanto a se falar sobre ela

Mas nada sai de sua boca

Ela é oculta em tudo o que faz

Quem a conhece não a conhece jamais.

A vida não tem jeito

E ela bem o sabe

Manda para o espaço

suas orações transviadas.

Ela sabe de tudo

mas não sente nada.

É a cigana maculada do espaço

Aquele que dança fora dos palcos.

Dienis Mel
Enviado por Dienis Mel em 16/03/2019
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