É de outonos que vivemos...

É de outonos que vivemos...
Se é que vivemos nossos outonos.
O tempo fechado, sentimentos frios, e o vento da liberdade, como consequência, arrancando nossas folhas (frágeis) que, já se mostram queimadas em suas pontas e sem cor.
Algumas delas, o tronco e membros prendem, surpreendem, não abrem mão e, são abruptamente descoladas, deixando marcas que não se repõem, não são preenchidas.
Abaixo dos olhos estão lá escancaradas, pelo chão, em cujo desenho pisamos, aquilo que nos compunha, agora secando, se desfazendo e evaporando.
E como um milagre, o nu que é avistado de longe, vai se refazendo.
Uma a uma, as folhas despontam e de repente, aquilo que parecia morto, acabado, finalmente renasce.
E a olho nu, a beleza nos encanta.
Decerto, muitos verão a luz da renovação, mas poucos enxergarão o outono, experimentado por cada um...
Porque só quem vive sabe de suas dores e seus amores.
Os demais, vivem de julgamentos e nem acompanham as estações...
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 26/03/2019
Reeditado em 17/05/2019
Código do texto: T6607482
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.