Lágrimas noturnas

Nas dobras da noite ficam silêncios profundos. Lágrimas migrantes do continente das desilusões se aquietam nas ribanceiras da solidão.

O mundo é vasto nas lamentações, nas aberrações e distúrbios da natureza humana. Há quem fale de amor o tempo inteiro e vive com o sinônimo dele: DOR.

São tantas teorias sem nenhum experimento. São tantos sonhos sem necessidade, porque de abstrações, já é preenchida a essência que quase ninguém vê. Lodo das profundezas dos lagos das emoções, repele contentamento, quando o cristalino é somente superficial. Muralhas são sempre construídas alegando proteção. Quando erguidas dentro da gente tem outras tantas intenções.

Mistérios povoam o noturno, esse que abre os olhos e tateia somente escuridão. Antagonista se faz a esperança, no longa-metragem que encena o vazio. Do caos nascem as descobertas, porque ajeitar-se é coisa de alma. Mas há quem se ajeita e ainda na cena do vazio permanece até o desfecho.

É fato que a noite quando desce, deixa que o sol brilhe no corpo das estrelas. Pirilampos desdenham delas por não possuírem luz própria.

De longe e de perto os silêncios se tocam. Lágrimas secam nas faces, demarcando caminhos para outras que espiam a descida no cantinho dos olhos.

Takinho
Enviado por Takinho em 01/04/2019
Reeditado em 18/08/2020
Código do texto: T6613139
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