Metrôs
andamos até sentir nossos pés latejar. e as pessoas gritavam produtos aleatórios, boa parte por apenas 5 reais. mesmo país, diferentes culturas. mesma espécies, diferentes habits. lá se tem lado para ficar nas escadas rolantes. e os rostos cansados me cansaram também. no metrô era possível sentir a atmosfera quente e pesada e densa de tudo e de todos. pensei o quão triste estava por não ter pego blocos e canetas para desenhar ou anotar qualquer coisa.
lá estava eu com meu all star suando. meias até metade da canela. roupa totalmente preta e o suor quente e frio e horrível descendo pela base da coluna. uma mulher me encarou por um tempo. minhas meias do van gogh mostrando um pouco do meu cult falso e mundano.
apoiei a cabeça diversas vezes no ombro dele. ombro robusto. forte. aconchegante. ombro que toco uma vez por ano quando tenho sorte. o cheiro ainda é bem presente e minha garganta tranca de saudades.
e talvez exista amor em SP.