Pas-mar

pasmamos nós agora, nesse momento

aqui, do outro lado do oceano -

o fantasma de Hitler sobrevoa os pinheiros, eucaliptos, palmeiras e araucárias

juntas, as flores, também testemunham

pois é

a natureza com sua imensa bondade-mãe

não sabe disso, e

caso saiba, não deseja saber, entende?!

pasma tu

que vou segredar-lhe um segredo já vivido

é história importante;

é filosofia...

não é só arte da imaginação:

lá outrora, num tempo que não faz tempo

a ideia era

expungir tudo que é empecilho

os corpos de cores fracas,

as alteridades; os fluxos transgêneros de alegria

por pasmarmos nós, é possível que esse seja

nosso infinitivo fim pessoal

se assim deixarmos

que os fantasmas deixem de serem apenas

assombração, alucinação

Eu pasmo, a partir de agora

e você também deverá

pasmar-nos-emos... então

Diálogo
Enviado por Diálogo em 26/04/2019
Reeditado em 26/04/2019
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