Pas-mar
pasmamos nós agora, nesse momento
aqui, do outro lado do oceano -
o fantasma de Hitler sobrevoa os pinheiros, eucaliptos, palmeiras e araucárias
juntas, as flores, também testemunham
pois é
a natureza com sua imensa bondade-mãe
não sabe disso, e
caso saiba, não deseja saber, entende?!
pasma tu
que vou segredar-lhe um segredo já vivido
é história importante;
é filosofia...
não é só arte da imaginação:
lá outrora, num tempo que não faz tempo
a ideia era
expungir tudo que é empecilho
os corpos de cores fracas,
as alteridades; os fluxos transgêneros de alegria
por pasmarmos nós, é possível que esse seja
nosso infinitivo fim pessoal
se assim deixarmos
que os fantasmas deixem de serem apenas
assombração, alucinação
Eu pasmo, a partir de agora
e você também deverá
pasmar-nos-emos... então