fim
às vezes o chão do quarto é mais aconchegante do que a minha própria cama. leio Bukowski, digo que entendo seu “recluso”. tu disse que silêncio é bom às vezes. e eu entendo que deva ser mesmo. mas eu não lido bem com silêncio. me falaram que posso escrever um livro para todas as mulheres que já amei e o intitular de “todas as flores que já beijei”. talvez meu erro não tenha sido amar demais. e talvez nem tenha erro nisso tudo.
não sou uma grande escritora. e provavelmente nem serei. assim como não sou artista. e agora toca Belchior.
vejo todas as paredes riscadas de tudo e de nada. sempre cheia do meio termo e do vazio. e talvez o vazio não seja no fim tão ruim.
uma viagem na porta. um novo ano em espera. e eu continuo aqui. com a minha camiseta branca, na minha magreza com a minha miopia e agora com meias coloridas. e Clarice será pra sempre de você. assim como todos os versos clichês das músicas que gravei pra ti e nunca cantei.
sigo marcada como minhas paredes.