Animal Racional

No antropocentrismo foi fundado o paradigma do ‘especismo’, onde o homem se fez seu próprio inimigo, atacando outras espécies por se achar superior, trazendo males a humanidade por não reconhecer que todos foram obra prima do “Criador”.

Na “racionalidade” fez “progressos” ao abismo, na práxis predatória abriu mão do equilíbrio, lançou-se então ao abismo. Ora, ora animal racional, racional? Considera-se o centro do Universo, mas no Universo é menor, menor que uma nano partícula de pó.

O homem se perdeu no abismo..., e no abisso, se ouviu gritos, gritos e ecos, ecos dos animais irracionais abatidos pelos bípedes dotados de racionalidade, Imoralidade! Em resposta aos gritos, aflito... ouviu-se apenas uma alarmante calada, após o tiro, mais um animal abatido, após a guilhotina, aumentou-se a carnificina, calada...quem falará por aqueles que para alguns só expressam “grunhidos”.

A natureza em sua grande rede interligada, como num organismo todos, são vitais e exercem funções essenciais. Apesar dos pesares, a flora e a fauna irão permanecer, e os recursos esgotáveis serão trocados pelos renováveis, não sendo possível seu uso será racionalizado, acredito, que não há mal que sempre dure, e que o bem nunca acabe.

Que o homem predador trave sua sede de matança, para que natureza não exerça seu direito de “vingança”, quando não mata por lucro, mata por esporte, desculpas sempre acham para explicar algo deveras abjeto, que é a violência exercida pelo paradigma do ‘especismo’ fruto do antropocentrismo que enxergam os outros seres apenas como um objeto.

Na busca pela harmonia, temos um desafio intergeracional, aplicando o princípio da moralidade histórica onde todos os seres vivos são vitais, e os recursos esgotáveis e renováveis devem ser bem administrados, ou nos lançamos nesse desafio em busca do equilíbrio ou nos lançaremos no abismo. Que não sejamos aliados dos inimigos do ‘kósmos’, E tudo, tudo que eu espero é não ver a geração seguinte pagar pela ganancia, pela inercia, pelas práticas perversas promovidas em nome de um famigerado “progresso”.

[Prosa poética feita para apresentação na Turma de Direito Ambiental do curso de direito da UFBA, disciplina lecionada pelo professor Tagore.]