A porta abria trazendo o cheiro da terra molhada.
Sentada no degrau da escada, senti respingos de água benta anunciando boas novas.
Um neto a caminho e outro regressando dos estudos.
Que anos ficara fora se construindo como um grande, ser humano letrado.
Para uma sociedade governada por mitos venerados e nem sempre respeitados.
Vi barracos desmoronando, crianças desnutridas.
Mulheres espancadas, mendigos queimados!
Li cartaz de melhoras na educação, centros médicos, segurança sem milícias.
Uma geração crackiniana acampados na avenida ilustre da metrópole.
Nos canaviais a dura lida diária é incentivada a fumar um beck, tal qual no passado os soldados americanos usavam na guerra do Vietnã.
Na ditadura prendiam escritores e artistas com a acusação de comunismo que matavam inocentes, 40 anos após divulgavam a lista de inocentes do comunismo mortos ou desaparecidos.
Uma nova ditadura maquiada de messias ventila por estes lados.
Fechando universidades que produzem massa de manobra e idiotasúteis segundo entrevista do sr. presidente da república.
Ainda assim acredito em boas novas!