Frágeis fortalezas

"Tu que me ves como uma fortaleza

Nem se da conta que por detrás dessa grandeza

Tem um ser frágil prestes a desabar

Como um prédio com rachaduras

Que imponente surge na moldura

Mas que por dentro está a ruir

Assim tem dias que sofro calada

Mergulho em um mundo onde não faço nada

E adormeço a alegria em mim

Tantos outros dias sou em mim a minha própria força e coragem, me visto pra batalha

Enfrento os gigantes, escalo a muralha

Subo no pódio, dou um prêmio pra mim

Não pense que não me esforço

Tem dias que a vida é leve

Pois o vento que sopra

Sou eu girando o moinho

Nem sempre é fácil o caminho

Já me senti tão sozinho

Perdido nesse turbilhão de sentimentos

Que nem eu mesmo compreendo

Não pense que eu não lamento

Tudo que vivo a sentir

Que gosto de ser assim

Mas talvez,

Talvez quando você me olhar mais uma vez

Irá então perceber

Muito além do que meu sorriso demonstra

Que nunca, nunca da conta

De um lado oculto que eu não aparento viver

Quando escrevo, em mim há um simples desejo

Que teus olhos possam me enxergar com carinho e respeito

Que não preciso de dedos apontados e julgamentos

Pois assim, já bastam os meus próprios pensamentos, dores e sofrimentos

Quando leres esse pequeno desabafo em formato de texto

Olhe para o lado

Olhe atento

A um universo de gente vivendo o mesmo

Calados, sorrindo, sofrendo em silêncio

Não busque um porque

Só ajude quem sofre

Mais carinho com outro, menos palavras de julgamento"