Deitado

Deitado em um colchão meu coração é manhoso

Meu sonho é grandioso e me dá o que não tenho

Por que não querer bem este algodão que te faz tão bem?

Para que a pressa se o melhor se o melhor ficou na coberta?

Não tem destino que detenha esse sonho que me faz cada dia ser mais

Eu digo e repito com toda voz: “na cama te quero”

Me admira os sonhos defeituosos que nos previnem do pior e do amargo

Me espanta o travesseiro que permanece intacto depois dessa longa viagem

Me assusta a cabeceira que continua sendo a cabeceira

Conduzido certamente para a estrada, vou para a próxima parada

O que convém é o que tem

O que me satisfaz nem sempre satisfaz

Mas o que eu quero mesmo é ser imperfeito e conhecer todas as fronteiras

Criar o senso do ridículo e poder melhorar com o inimigo

Gargalhadas e gritos superam o choro malfeito

Hipocrisia criativa disfarça a mentira; de verdade em verdade tudo se compele

Janeiro à janeiro, continuo o mesmo menino querendo colo e sossego como todo ser vivente dessa origem que não decepciona na sincera fala que expressa todo o amor sem questão de ser o menos, ou seja o que for.

Me causa alegria quando chega zero horas e eu vou viver intensamente o que realmente desejo que seja a cada viagem que só tem hora de começar...

Deitado em um colchão... a vida é uma emoção que todos deve saber gozar...eu sempre sonho...

Eder Carneiro Cardoso e Silva
Enviado por Eder Carneiro Cardoso e Silva em 02/11/2005
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