Depois de todas as noites.

Calada, move-se a clara alvorada...

A justificativa doce de todos os riscos.

Presenteando a alma aflita com uma coroa do sol de ervas unidas.

Faces disformes, cantos irregulares, toques aleatórios transformam-se num espetáculo sutil de faces lívidas que mudam graciosamente sua expressão, acompanhando a melodia pura do alvorecer,

belíssimo...

e mudo...

A pungente e perigosa noite, num ato ou noutro, doa o palco das nossas almas, para a apresentação dos movimentos cíclicos da beleza silenciosa que exala o perfume característico da infância.

Sente-se, imediatamente, o odor único da volta à graça da vida, à pureza sacramentada dos sonhos legítimos revitalizados pelo alvorecer mudo e arrebatadoramente poderoso!

Fios de lã unem astros cujos movimentos sublimes se refletem em nossos corpos pequenos que não emitem luz separadamente.

No momento exato que foi determinado, tocamos barcos de espuma no horizonte e conseguimos recuperar nossos espíritos infantis, juntamente com os sonhos, essencialmente límpidos; uma vez retomados, nem todas as noites perniciosas serão capazes de arrancá-los novamente, porque aprendemos que é preciso confiar no alvorecer...

Depois da noite, ignoram-se as "Flores-da-apatia" e colhe-se a sensibilidade dessa paisagem, passagem pra um novo mundo de todos os dias, um mundo cintilante de planaltos de esperanças.

Brianna Gordon
Enviado por Brianna Gordon em 24/09/2007
Reeditado em 17/02/2009
Código do texto: T665986