o vento

O vento é um trem muito ligeiro.

Percorre vãos e todos os espaços.

Vai do piso ao teto, o tempo inteiro.

Faz vistoria nas paredes

e traz um monte de poeira.

É estabanado, desajeitado,

derruba cadeiras,

bate portas e janelas,

se não estão bem presas.

É o terror das faxineiras,

traz flores e folhas secas,

para dentro da casa,

e desfaz o serviço delas.

Assobia nas noites frias,

assustando a gurizada,

parece que ri das

próprias brincadeiras.

É atrevido, espoleta.

Parece um guri levado.

Pega as moças desprevenidas,

despenteia suas cabeleiras.

Na praia, pode até jogar areia

nos olhos delas.

Resseca a pele delicada,

mas o pior mesmo,

é quando faz a moça

passar uma vergonha danada.

Pois, num piscar de olhos,

ele levanta vestidos e saias,

e elas acabam mostrando

as canelas, joelhos e algo mais.

Ah, como é atrevido, esse “rapaz”!

Terezinha Alves Macedo
Enviado por Terezinha Alves Macedo em 07/06/2019
Código do texto: T6667352
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