Depois da Guerra II- O Caminho do Retorno 14

O cocheiro encontra com o guerreiro em sua armadura e espada para a luta final, no âmago do ser.

Diz o guerreiro que é o guardião do lugar. Pergunta ao peregrino o que busca ali. Sendo respondido que buscava a coisa mais preciosa, que não conseguia encontrá-la.

O guardião indaga se a pedra da memória trouxe-o ali, naquele lugar entre os dois mundos que estava sendo abeto dentro dele, sem começo e sem fim. Poderia encontrar o que procurava, mas que precisava de uma chave. E que a chave envolvia um cavalo.

O cocheiro recordou que viu um cavalo voador em seu sonho, que ele falou na língua do seu Senhor. Ainda, que no sonho havia uma jovem mulher, era linda. E a estátua de um cavalo voador. Estava certo que se movia, mas que não conseguia chegar perto, havia um guarda a porta.

Respondeu o guardião que todo o dito pelo peregrino era verdade, que aquilo era muito precioso para eles, que achavam que era quase impossível alcançar o Senhor.

O Guardião apontou com a espada várias estátuas de homens da história, dizendo ao cocheiro: “ Olhe! Todos que vê aqui sentiram um profundo desejo do Ser, que tem o objetivo de recuperar a união perdida. Muitos deixaram um sinal, um testemunho de sua jornada; `Dante´. Dirigiu o olhar para outras estátuas, afirmando: alí estão exemplos para outros buscadores, `Sócrates´.

Continuou: “ E aí? Não deve experimentar por si mesmo?A sua busca se torna uma luta contra o mal. Uma luta dentro de você mesmo. Você deve morrer para tudo que sabe. Para conseguir achar o caminho. É um verdadeiro e Grande mistério.

Imediatamente determinou ao cocheiro: “ Agora! Você deve tornar um guerreiro. Pegue esta espada para lutar.

O cocheiro amedronta, respondendo: “Oh, não! Eu não acho que seria bom!”

Diz o Guardião: “Você não tem escolha, não há volta agora!

O cocheiro se apoderou da espada, que havia sido lançada ao chão pelo Guardião. Os dois começaram a lutar, sendo o cocheiro derrotado com o golpe final desferido pelo Guardião, saindo vencedor.

O Guardião retira a máscara que encobria sua face, sendo a mesma do cocheiro.

Agora, Senhor da carruagem(Atman, espírito individual), adquirido o domínio e a posse, dela e do cavalo, retira-se do local da luta, deixando o vencido, mente inferior, estendida ao chão, incluindo a carga que carregava na carruagem que havia caído , sendo deixada.

É recebido logo na saída pela linda mulher do sonho, recebendo a chave dela, simbolizando a reconciliação do feminino e masculino dentro. É conduzido por ela até o santuário onde estava o cavalo de asas, que para o ocidente podemos nominar de espírito santo, que começa a se movimentar, aproximando-se do cavalo da carruagem, que cumprimentam-se respeitosamente, em sinal de paz e aceitação. O cavalo voador passa a guiar o senhor, que agora dirige a carruagem e o cavalo(pensamentos e emoções).

O cavalo que voa na cena, representa Deus, o conjunto de nomes da divindade superior que não cabe conceito, são atributos do ser superior do homem, aqueles da qual foi constituído, no conteúdo e na forma.

Atman, para ser espírito individual, e por conseguinte, o Senhor da carruagem, da Alma, e dos seus atributos decorrentes(corpo físico, mente, pensamentos e emoções ), precisou ser gerado, criado por Deus, aquele que leva vários nomes na cultura de mundo: o Parabrahman, Brahman, do conhecimento Védico, o Ain Shop da Cabala, o Wu Ji e o Tao do Taoísmo, e finalmente, a Santíssima Trindade, os três em Um, o Pai, o Filho, e o espírito Santo da Bíblia Cristã.

Aproximam-se da Fonte essencial, o Senhor, a carruagem e o cavalo, são inseridos pelo cavalo alado dentro de um carrossel, que emerge da Fonte. Saem do local sob o domínio do cavalo voador, dando o Senhor seguimento à sua jornada. Encontrando morada na casa do Pai.

O cocheiro, mente, agora domado, quando dirige a carruagem, ou até mesmo fazendo uma parada, submete aos mandos e desmandos do Senhor. A honestidade reina, a clareza interior de quem é germina. A paz excede o entendimento.