Depois da Guerra II-O caminho do Retorno 17

Olhando com a lupa as mãos no trajeto do narrado na metáfora de Gurdjieff, vemos que nas profundezas de si, o cocheiro, para destrinchar o emaranhado interno, ser vencido na guerra, ocorrer a transfiguração dele no dono definitivo de Si, Senhor da carruagem, foi preciso receber do feminino a chave que dava acesso ao recôndito do seu interior, na pessoa da jovem e bela mulher, que o conduziu à Fonte primeira, para que assim fosse guiado pelo cavalo alado rumo a retomada de sua jornada, e ser num novo corpo. Filho de Deus, inteiro.

Ó, feminino ! mãe terra! energia feminina que nesta orbe adoeceu em muitas almas, permite o discernimento, a sabedoria , a capacidade criativa da alma para gerar o novo, autoriza e assiste a consciência desperta ao retorno e resgate do Eu intrínseco.

Foi a natureza feminina Universal que completou a Grande Obra pensada pelo Pai, fez do cosmo, de imanente, realidade, o que era pensamento e palavra do ser Supremo, passou ser. A energia universal feminina foi útero para que a criação se processasse, multiplicasse, meio para que o planejamento divino fosse materializado no cosmo, para que galáxias, estrelas, satélites, sois, mundos, universos e multiversos, fossem dentro de um cronômetro, tempo preestabelecido para ser

Ah! Se não fosse o feminino! presidentes, reis e majestades, exércitos e soldados não teriam sido para gerirem o mundo, e manterem a paz, e o bandido não teria o lenço e ombro materno para chorar da sentença exarada.

Ó feminino, este que foi maltratado nos tempos, oprimido no seu melhor, suprimido para que o ser em si não fosse, no prazer de cama, na paridade de condições para mostrar seu melhor, e ser reconhecida.

À conta gota, estupro daqui, fanatismo religioso dali, violência contra seu sagrado corpo acolá, vermelhidões e machucaduras, sangue e violência nos lençóis, cuspe no rosto, violência sexual contra a mulher a a criança. O uso do seu corpo sem seu consentimento, calcificando seu espírito.

O castrar do gozo, pelo decepar do clitóris, campainha sagrada que a leva ao regozijo para liberar a vontade para ser mais e mais em benefício do masculino.

O si de si da mulher foi sendo violentado, pela religião em alguns momentos, vez outra da moral estabelecida, que fez ela por ela mesma se tornar serva.

Até ao ponto do espírito que habitava em si rebelar, que para ser, passou plagiar o masculino, para vencer a batalha da vida deste hoje, que não poupa gênero para cobrar a sobrevivência.

Ó feminino! Não nos deixe neste estrago. Retorne! Olhe para frente! Refaça-se!

Perdoe-se. Perdoe o que a humanidade te fez. Cuide de si. Liberte-se.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 13/06/2019
Código do texto: T6672401
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.