AVERSÃO A VIDA!

O protagonista nesses últimos tempos do universo da minha personalidade é o desconforto com a presença das pessoas. Não sei explicar é uma força que vem tomando conta de mim, não estou conseguindo viver a alegria de conviver. Longe disso, não chega a ser impaciência social porque a falsidade me ajuda a suportar, mas existe algo aqui dentro de mim que me faz querer ficar sempre sozinho.

Pode ser uma fase, pode ser imaturidade, orgulho ou vaidade. Não sei, só não estou conseguindo gosta de interagir, conversar de modo que me agrade. Talvez seja uma revolta interior com a vida devido os ferimentos que não sei de onde veio. Sei que o contato social estar me fazendo mal, ou talvez seja que eles como acontecem já tenha me solapado o gosto de viver.

No meio social que respiro os laços interpessoais ainda são superficiais, as pessoas são treinadas a aprender a esconder os afetos, a sempre se sentirem fortes, talvez por sentir falta disso me sinta num abismo entre mim e a minha sociedade. Aqui a sensibilidade faz falta, o contato sem as obrigações do capitalismo nunca acontece, as relações sempre tem ele no pano de fundo. Falta a leveza do bem-estar, a leveza do contato. Simplesmente a felicidade de se sentir bem ao lado de alguém.

Não sei o que fazer, essa vida de enlaços enfraquecidos porque tentamos ser o tempo todo forte estar me roubando de mim, eis a dolorosa contradição que vai acabar aos poucos nos matar sem aproveitar o que poderíamos ter aproveitado. Ruim será poder chegar no estágio final de viver e perceber que só fizemos sobreviver, por perder tempo com as futilidades legitimadas, invenções sociais que roubam a nossa essência, corroendo a nossa alma leviana que aprendeu sem perceber a deixar de viver.

O social pode fazer bem, mas pode fazer mal, a saúde da nossa qualidade de vida passa muito além da saúde do corpo, mas passa pela preservação da leveza da alma no contato com os que estão ao nosso lado, na exteriorização dos sentimentos, na expressão dos sofrimentos. Essa é uma preocupação quase extinta no nosso senso comum porque estamos robotizados pelas falsas obrigações, e por isso nosso interior definha, morre a cada dia. A alegria de viver no social pode retornar, mas nesse momento eremita gostaria de estar para pensar, repensar e quem sabe ressuscitar no meu viver alegria de conviver.

Renato Jr 16 06 2019

Renato Jr
Enviado por Renato Jr em 16/06/2019
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