Termos II.
As palavras que componho são preciosas,
Pelo alvedrio do sentido, e não pela poesia,
Algumas são brutas, outras são graciosas,
Mas todas são perfumadas com harmonia,
Inúmeras expressões segredam loucuras,
E outras, momentos acanhados e bonitos,
Escritas reservadas mas que são seguras,
Deslumbramentos de instantes benditos,
Há vocábulos que eu recauchuto e lego,
Transmutando o meu pensamento latente,
Há os que trazem o atilamento de um cego,
E desfilam alforriados em minha mente,
E eu os reproduzo cada um de um jeito,
Ardendo em desejos em versos viscerais,
Enfloram na varanda ou nascem no leito,
Apetecendo acalantos e outras coisas mais,
E a eles me ofereço em entrega permanente,
Minutando o que a imaginação vai dizendo,
Em sua sedução vago liberto e cegamente,
E as palavras aos poucos vão se refazendo!