O mundo visto pelos meus olhos

Desde cedo vi o mundo pelos teus olhos

De pequenina vi o horizonte cheio de cores

E o teu mundo distorcido da realidade

Borboletas dançando

Com baús no fundo do arco-íris

Desde cedo nadei no teu oceano

Dependente

Iludida da verdade

Sobre o muro da vertigem

Da decência

Do ser pragmático…

Cresci à força

Anestesiada, acolhida por ti

Refugiada deste universo tão cheio de outras coisas

Em que a tempestade é um dado adquirido

E chove inúmeras vezes sem segredos

E os meus olhos se reflectem de cinza do céu…

Já no entardecer te foste

Sem um abraço, sem um beijo

Sobre a ausência da palavra

E do ensinamento da vida

O sol deixou de reflectir no meu jardim

E chove todos os dias

Desde que vejo o mundo pelos meus olhos

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 03/11/2005
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