Magia

Estreito o tempo em torno de mim e

observo que quanto mais eu corro mais

ele tenta de mim se afastar, entre um dia e uma noite sobram poucas horas tensas onde guardo meus delicados sonhos trançados sem pressa.

Sob a luz tênue e fina que passeia no meu leito deserto, confesso entre travesseiros e lençóis quietos meus receios, tão cândidamente...tão deliciosamente sinceros...

Entre as horas que murmuram e o silêncio que espreito atrás das portas, sobram muitas conversas, risos soltos,

contidos...e abafados gemidos inconfessos...

Nem uma noite é inteira para eu guardar tantas idas e vindas por esse

vão da janela, e nem divido esse assombro de desejos que de ti derramam em mim...

Tomara ninguém se dê conta desses hiatos abertos no tempo que nos cerca, assim continuamos sóbrios amantes

antes e durante...como quem fita na sala de espera plácidamente o tempo que escorre sem pressa...

A vida não marca compassos, não reduz os efeitos do tempo, não avalia

as nossas escolhas, mas sabe como ninguém manter a magia ao alcance das mãos qual fora um mimo que

que toca bela melodia quando desperto

pelas mãos hábeis dos donos desse

breve instante onde frágeis

bailarinos deslizam com graça,

antes do cerrar das cortinas...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 03/11/2005
Código do texto: T66965
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