(O emoji)

Esses dias eu estava mexendo nos meus guardados, e encontrei uma coisa que lhe escrevi em secreto. Minha fissura sempre foi papel, caneta e um envelope com cheiro do meu perfume. Mas nunca fui capaz de entregar-lhe. Nem em mãos, nem nos correios de sua residência. Faltou-me coragem. Guardo com carinho cada palavra dita. Não omito, nem tão pouco minto em meus dizeres. Digo-as apenas, e somente, na ânsia de que as palavras sejam suficientes, para transmitir a ti, todo meu querer, meu amor.

Amor. Uma palavra pequena com um significado indizível. Para cada um, um. Para cada qual, tal. Para mim, você. Mas prefiro quando você a diz. Os decibéis no tom correto, a forma como movimenta os lábios, e aperta os olhos sorrindo após emiti-la, Da Vinci teria se interessado em pinta-lo. Se a você é gostoso ouvir meus cantares, a mim é inexprimível ouvir você me chamar com tanto zelo.

Nada tangível me passa pela cabeça, quando estamos a sós. Sua companhia me adiciona, me aciona. O modo como dedilha seus dedos em minhas costas, e finaliza em meus cabelos. Como me elogia mesmo sem estar com os olhos pintados. A forma como me admira enquanto desatino a falar sem confim, e ainda presta atenção no assunto e sorri quando me atrevo em anedotas.

Desde às quatro, conto o tempo. Meu pior inimigo. Antes, devagar. Durante, depressa. E depois, fico as tantas cantarolando Nando reis e Anavitória. Te vejo em todas as coisas que faço, e até nas que não e eu, gostaria de vivê-las em vossa prazerosa companhia. Na curva do seu pescoço para o seu ombro, eu queria morar. Ali, tem o aroma que não me canso de sentir. A vida não é fácil, e nem pretende ser. Mas, quando acordo com seu bom dia, ela fica mais leve.

Ficam meus ternos e eternos agradecimentos, por tanto. E não por menos, cito uma autora que amo deveras, e exprimiu tão bem, que ouso dizer que escreveu por mim: “Seus lábios se juntaram aos meus, e o mundo ficou em silêncio. O universo parou. Ele me levou a um lugar de pura emoção, afastando toda tristeza e substituindo-a por paz.”

Com amor,

L.

Rajkumari
Enviado por Rajkumari em 17/07/2019
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