Para Uma Melindrosa
Faço aqui a mea culpa
Por te sofrido calada,
Por ter sido forte demais,
Por ter te poupado,
Por não ter feito perguntas
Para não receber meias respostas Melindradas.
Por ter sido muito colorida
Na hora errada.
Por ter engolido ofensas atravessadas
Para não escutar comentários arrevesados.
Por ter aguentado as dores do corpo
Como se fossem nada
E as dores da alma,
Rebaixadas á solidão do pouco caso,
Da falta de reconhecimento
E da falta de interesse.
Por ter deglutido e digerido
O azedo indigesto da ingratidão
E ter sido esquecida em momentos de puro egoísmo.
Por ter me desdobrado
Com desculpas esfarrapadas.
Por ter te resguardado dos intragáveis
Pratos que comi quentes e mal cozidos
E que me queimou o estômago
Até calejar as entranhas em pedra.
Por ter sorrido ante a falta de cor
De uma vida onde as escolhas
Foram resultados da pouca
Ou quase nenhuma opção.
Por ter aceitado a oferta
De ter um coração agigantado
Se espremendo no peito
Diante do queimor e do dissabor do descolorido …
Por ter ficado só e aceitado críticas muda,
Por ter pintado cores na alma
Para não entristecer e não deixar
Respingar ao redor os resquícios
Da mais profunda feiúra que há em mim.
Me acusas porque não perguntei
Te peço perdão por ter falhado em tentar te defender,
E em ter aguentado firme e forte
O amargor dos chás para a alma que tomei.
Pintei cores, teci retalhos,
Bordei para tapar buracos,
Pedaços emendei,
Tramei tramóias quilométricas
De pigmentos e matizes variadas,
E muitas vezes, de braços cansados,
Corpo exausto e mãos atadas
Não consegui o intento de te proteger
Da vida que me arrastou de roldão
Nesta torrente silenciosa que mora
Nas entranhas de fazer das tripas coração
E bem pouco receber em troca.
De se saber incapaz.
Perdoe-me por ser antiga
Desculpe-me, se puder,
Por ter sido mãe
Em vez de amiga.
Faço aqui a mea culpa
Por te sofrido calada,
Por ter sido forte demais,
Por ter te poupado,
Por não ter feito perguntas
Para não receber meias respostas Melindradas.
Por ter sido muito colorida
Na hora errada.
Por ter engolido ofensas atravessadas
Para não escutar comentários arrevesados.
Por ter aguentado as dores do corpo
Como se fossem nada
E as dores da alma,
Rebaixadas á solidão do pouco caso,
Da falta de reconhecimento
E da falta de interesse.
Por ter deglutido e digerido
O azedo indigesto da ingratidão
E ter sido esquecida em momentos de puro egoísmo.
Por ter me desdobrado
Com desculpas esfarrapadas.
Por ter te resguardado dos intragáveis
Pratos que comi quentes e mal cozidos
E que me queimou o estômago
Até calejar as entranhas em pedra.
Por ter sorrido ante a falta de cor
De uma vida onde as escolhas
Foram resultados da pouca
Ou quase nenhuma opção.
Por ter aceitado a oferta
De ter um coração agigantado
Se espremendo no peito
Diante do queimor e do dissabor do descolorido …
Por ter ficado só e aceitado críticas muda,
Por ter pintado cores na alma
Para não entristecer e não deixar
Respingar ao redor os resquícios
Da mais profunda feiúra que há em mim.
Me acusas porque não perguntei
Te peço perdão por ter falhado em tentar te defender,
E em ter aguentado firme e forte
O amargor dos chás para a alma que tomei.
Pintei cores, teci retalhos,
Bordei para tapar buracos,
Pedaços emendei,
Tramei tramóias quilométricas
De pigmentos e matizes variadas,
E muitas vezes, de braços cansados,
Corpo exausto e mãos atadas
Não consegui o intento de te proteger
Da vida que me arrastou de roldão
Nesta torrente silenciosa que mora
Nas entranhas de fazer das tripas coração
E bem pouco receber em troca.
De se saber incapaz.
Perdoe-me por ser antiga
Desculpe-me, se puder,
Por ter sido mãe
Em vez de amiga.