O que for leve

Da vida eu só quero o que for bem leve, como as tampas das canetas Bic ou as cascas secas de laranja.

Coisa que tem peso de ferro e de temor eu deixo cair, como dor na coluna ou conta corrente. Não sei lidar com isso.

Do vazio e do escuro eu só tenho medo se eu souber que é perigoso. Enquanto eu não sei de nada tenho alegria.

Todo ser que vive tem um encontro com o chão, marcado por um relógio escondido no céu. Enquanto o tempo se faz de besta eu vou avoando.

Toda vez que escrevo deixo um rastro do ser que sonha em mim. Espero que seja azul.

Ricardo Milhomem
Enviado por Ricardo Milhomem em 25/07/2019
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