O que for leve
Da vida eu só quero o que for bem leve, como as tampas das canetas Bic ou as cascas secas de laranja.
Coisa que tem peso de ferro e de temor eu deixo cair, como dor na coluna ou conta corrente. Não sei lidar com isso.
Do vazio e do escuro eu só tenho medo se eu souber que é perigoso. Enquanto eu não sei de nada tenho alegria.
Todo ser que vive tem um encontro com o chão, marcado por um relógio escondido no céu. Enquanto o tempo se faz de besta eu vou avoando.
Toda vez que escrevo deixo um rastro do ser que sonha em mim. Espero que seja azul.