Há saudades nos hinos que ouço agora, na voz desconhecida da minha mãe, que partiu antes que eu a ouvisse. Há lembranças dos corais de meninos, na igreja que me criou a tristeza do agnosticismo, no valor da razão em detrimento do conforto da esperança. Há por demais tristeza nos rostos que já não enxergo, muita tristeza no espelho que me mostra o lamentável retrato da descrença que empurra um coração sangrando ao último canto de amor. Não há salvação para quem não vê um outro início. Só a morte explica o que a fé tenta nos fazer crer.