Vidas Passadas

É como se não fosse real

Você e eu...

É como se não existisse

Meu corpo e o seu...

Amores eternos de vidas passadas

E a certeza de muitas vezes

Já ter sentido a textura suave de seus cabelos em minhas mãos...

Em algum lugar perdido no passado

Ter sentido o toque cálido de sua pele

E o calor lânguido de seus lábios...

Ter ouvido a voz que tanto ecoa em meu quarto

E a certeza de já ter sido amada pelo seu corpo...

Saudades das tardes de domingo

Em que a garoa fria nos trancava em sua casa

E não nos dava outra alternativa

Se não passar a tarde toda em sua cama...

Saudades de sentar-me à mesa daquele bar

E sentir que,

Apesar de todos os olhares serem para você,

Você só tinha olhos para mim...

Saudades de ter você sentado em meu sofá branco

Que tão bem combinava com o tapete cor de mel

Acariciando meus cabelos

Ao mesmo tempo em que brincava com meu cachorro...

Saudades das flores de dezembro...

E por que elas tiveram de vir em maio naquele ano??

Brancas... tão frias...

Muito diferente das vermelhas que você costumava me dar

E amor...

Você bem sabe que eu nunca gostei de jantar a luz de velas,

Elas eram mesmo necessárias naquela ocasião??

Você bem sabe também que nunca gostei de lhe ver chorar...

Então por quê??

Meu “adeus” teria sido tão mais fácil

Se eu tivesse tido a certeza de que você ficaria bem...

Mas eu sabia amor...

Eu sabia que acabaria perdido pelos bares,

Afogando-se em bebidas e mulheres,

Buscando em outros corpos minha alma perdida...

E foi por isso que eu voltei mel,

Eu voltei pra buscar meu amor perdido...

E eu sei anjo...

Sei que eu achava essa história de alma gêmea

Uma “idiotice romântica”...

Mas agora eu vejo que elas existem

E que uma não sobrevive sem a outra...

Nem tampouco morre...