SURTO HIPOTÉTICO
(PR/Poét/24)


     A aurora se fazia longe, quando o escuro da noite, longa, ainda vigiava toda a terra e o pensamento rolou em segundos ao entrar num mundo irreal que deveras me tomou o fôlego, a consciência perturbou com imaginação febril o estado negro do quarto, no breu. Instantes se fizeram Século, diante da espera por uma réstia de luz da janela cuja cortina escurecia ainda mais o momento real ao irreal, ao hipotético surto. Transe esquisito esse. O sono se fora há muito, a claridade, fora um mundo vivido, o dia anterior, que sumira em todo o planeta, pois o sol mergulhara no horizonte do oceano, foi tragado por um tsunami, armadilha do sistema cósmico, e estaria o mundo sem luz e o escuro, fez-se eterno... E o sol? - Estaria agora no centro da terra, no fundo do mar e ou/numa infinita cratera vulcânica?... E, então viveríamos como algas marinhas, porém, as algas devem também ter sofrido o choque com mergulho do sol e nem saberíamos o que seria daqui para a frente, no breu...- O que diria Copérnico diante desse impasse, do desaparecimento do sol, sendo o sol conforme sua teoria, o centro do universo? - E as estrelas? - Pensei... quando uma réstia de luz da manhã, tão aguardada, notei no lado direito da cortina e então pude me imaginar, novamente, descalça e nua aos pés do mar. Ufa!
 

 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 17/08/2019
Reeditado em 17/08/2019
Código do texto: T6722307
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