Destino meu
Destino
Sai do meu caminho
Pedra que se finge inerte e me move a vida inteira
Afasto-te dos meus pés
Porque me crias a queda
E tropeço quando menos espero
Surges na rua
Na calçada
Em casa
A qualquer lado que caminhe
Cruzas-me os passos
Confundes-me
Iludes-me
Magoas para além do facto corporal
Afasto-te do meu caminho
Pedra do meu destino
Corrosiva
Que não saí
Não extingue
Não se quebra mesmo à força das minhas quedas
Sai do meu caminho
Dor que me consome
Ferida que se abre e sangra
Rasgo da pele
Da mente
Do coração
Afasto-te do meu caminho
Mas tu insistes
Insistes em fazer parte desta estrada...
Caminhada
Destino que nos cruza insistentemente...
E não desiste
Tropeço em ti
Porque surges em todos os lados que te afasto.