Destino meu

Destino

Sai do meu caminho

Pedra que se finge inerte e me move a vida inteira

Afasto-te dos meus pés

Porque me crias a queda

E tropeço quando menos espero

Surges na rua

Na calçada

Em casa

A qualquer lado que caminhe

Cruzas-me os passos

Confundes-me

Iludes-me

Magoas para além do facto corporal

Afasto-te do meu caminho

Pedra do meu destino

Corrosiva

Que não saí

Não extingue

Não se quebra mesmo à força das minhas quedas

Sai do meu caminho

Dor que me consome

Ferida que se abre e sangra

Rasgo da pele

Da mente

Do coração

Afasto-te do meu caminho

Mas tu insistes

Insistes em fazer parte desta estrada...

Caminhada

Destino que nos cruza insistentemente...

E não desiste

Tropeço em ti

Porque surges em todos os lados que te afasto.

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 04/11/2005
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