Amada solitude
Meus mares interiores
Tão inquietos
Revoltosos e incompreensíveis
Sem domínio de tuas ondas
Se explotam e se calam e se rebaixam
E a maré abaixa
E a lua aparece
E absorve os anseios
Até que fim.
E os calores surgem
E os suores enxarcam
E a pele treme
E os olhos, nada...
E a tristeza afunda, afunda, afunda
E o sono profundo é o meu aconchego
Quem conhece minhas alegrias
Quem me tem com sintonia
Quem me faz alegrar
Me conhece pelos olhos sorridentes.
Esse bicho ciumento, tal de solidão
Ah...
Essa relação ambígua entre nós
Tão ordinária,fugaz e eterna
Que me despojo por inteira e silenciosamente
Tão moderna e tão careta
Já me divide com a lua, com o mar, com amigos e amores
E se infiltra em todos eles
E nesse escrito com força
Minha companheira, minha confidente solidão
Minha certeza de sempre
Recorro a todos
E a solidão me abraça por último
E me devolve ao mundo...