Se deus existisse...

 
 Dedico esse poeminha prosaico à Ariana, minha amada.


Se deus existisse, pode ter certeza de que eu iria rezar pra ele criar minha amada, assim desse jeitinho todo dela que tanto amo. E também rezaria para ele nos apresentar ou, pelo menos, para nos colocar bem pertinho um do outro. Porque o resto nós faríamos. Como fizemos. Mas não sei se deus existe e a essa altura não me importa, pois já estamos juntos. (De qualquer forma, se ele existir e tiver ajudado no nosso encontro, deixo aqui meu "muito obrigado, senhor!").

E digo mais: se com o coração remendado, ela é assim, nem imagino como minha amada seria com um coração perfeito. (Será que existe coração perfeito?). A verdade é que não importa o corpo, os órgãos, o coração, nada, quando a essência é como a dela. (Um coração remendado é até um charme, algo a mais, uma fissurinha que a torna ainda mais única).

Se vejo nela um defeito (será mesmo um defeito?) é o excesso de altruísmo. Pra quem a ama, dói vê-la colocar sempre os outros como prioridade, em detrimento dela mesma, que merecia ser o centro da própria vida. Porém esse mesmo altruísmo que critico é marca maior do seu amor e grandeza. Sofro com essa capacidade da minha amada de dizer "sim" aos outros e "não" a si mesma, mas sofro junto dela, com ela, e a causa da nossa dor também alimenta nosso amor.

Afinal, melhor ser altruísta que egoísta. E se ela não pensa em si mesma, posso eu pensar nela, por ela, enquanto ela pensa em mim. E no nosso amor cheio de alteridade encontramos nossa felicidade. Assim seja. Amemo-nos. Amém.