QUE TENHAS O CORPO

Entre os meandros desta segunda-feira, de fel e de aceto

Fagulhas descolam das retinas e penetram no papel

Em branco, seguem os velames de prata, impetrando habeas corpus

Transe retilínea dum luau de pedra, na manhã irmã.

Cepas de fungos se desprendem dos casulos, todos sentindo

Por séculos ou átimos de história, bailam reticências

Nas alamedas de inglória; sujam de leite o bigode alvo, limpíssimo

Ordem de despejo, e o cume cego do casto desejo despoja-se...

São nessas horas que temos de nos livrar da alma

Endereçando-a a logradouro ermo, assaz duradouro

E com placas de contramão em todas as ruas.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/10/2007
Reeditado em 06/05/2008
Código do texto: T675780
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