EM MEU PEITO.

Em meu peito arde a chama da saudade que inflama, arde e incendeie, essa chama que me norteia.

No castelo de cristal, a imagem ancestral, no espelho refletia, ali ela cantava, chorava, e também sorria.

Então, este poeta desesperado, louco apaixonado, inconsequente, alucinado, se pôs a escrever. Impossível é esquecer a tua bela face, embora eu insista, mas não importa… Não vale o disfarce.

Os bisbilhoteiros lábios fofoqueiros… A tudo revela.

Eu a vejo em meus sonhos magistrais, entre as belas ninfas dos reinos de cristais, reluzente entre as aves na aurora, de tempos ancestrais. Quisera eu ó minha bela, poder um dia, queimar-te a face em doce beijos de agonia, arrebentar os grilhões de meus desejos, nessa paixão que a muito não se via.

Seria eu o teu pássaro azul, voando além dos rios e do mar, em uma ânsia louca em amar, sem desejo e sem razão?

Rabisco no papel meu doloroso verso, que no seio me invade a dor do universo.

Rabisco no papel tão doloroso sentimento, que há tanto tempo confessei-te, suportá-lo já não aguento.

Rabisco na minha alma cada pedaço do teu ser, este beija-flor de outrora, meu amor, meu laço.

Rabisco no papel minha confissão de desespero, desejando que este coração aventureiro, te esqueça pelo menos nesta noite.

Olhos tão belos e brilhante, olhos que surgiram naquele instante, quando distraído eu fitava o vento,

Quando distraído estava meu pensamento.

Lá estava a tua face formosa, lá estava a face da rosa.

Eu tão despercebido, eu que estava tão distraído, não notei seu aproximar, não notei o seu desabrochar.

Mas você surgiu de repente, surgiu sorridente, a minha alma se enamorou, a minha alma por você se encantou.

Você que vive tão distante de mim, de uma formosura sem fim, sou este poeta abandonado, sou este aedo acabrunhado, desejando teus belos lábios, desejando teus doces beijos, mas, o que sou se não um vil pensamento, o que sou senão uma folha ao vento.

Poeta desventurado e esquecido, desiludido e vencido, não sei o que é ser amado, não sei o que é ser o amor.

Olhos tão miúdos encantadores,

Olhos tão soturnos cheio de amores,

E lá estava eu tão sossegado,

E lá estava eu de um jeito abobalhado,

Você surgiu tão de repente,

Você surgiu como estrela cadente,

No horizonte do olhar você passou,

No horizonte do olhar que te amou,

Mas este tão desventurado aedo,

Mas este coração cheio de medo,

Queria ser águia e poder voar,

Queria ter o céu para não mais voltar,

De tristeza cerrou meu coração,

De tristeza e infinda paixão,

Os versos tão pequenos que invento,

Os versos tão pequenos ao vento,

Que talvez descreva sua beleza,

Que talvez traduza tão grande realeza,

Quisera eu beijar-te a face,

Quisera eu me perder neste enlace,

De amor se faz tortuosos versos,

De amor aos trancos e reversos,

Anjo ledo de meus sonhos de outrora,

Anjo ledo de meus sonhos de aurora,

Eu te amo em cada palavra escrita,

Eu te amo em cada frase dita,

Talvez quem sabe esse amor floresça,

Talvez quem sabe ele aconteça.

Meu coração é todo seu, meu amor é todo seu, sou como um poeta desesperado, escrevo sem saber o porque escrevo.

A distância que hoje nos separa, a distância é uma dor que não para. Virgem dos lábios de mel, virgem que me faz subir ao céu.

Quisera eu ser mais que um amigo, quisera eu estar sempre contigo, sou este moço de palavras tortas, sou esta pena de palavras mortas, folhas secas jogadas ao vento, folhas secas de meu augusto lamento.

Mas diga-me, mais bela flor, diga-me onde escondes o teu amor, talvez um dia possamos nos encontrar, talvez um dia nos amaremos a luz do luar.

Quero que saibas meu beija-flor, quero que saibas que a amo sem medo, para você são todos os meus versos, para você são todos os meus medos.

Você é minha doce inspiração,

Você é a musa da minha criação,

Dediquei-te todas as palavras escritas,

Dediquei-te até as linhas não ditas,

Te amo beija-flor,

No reino de cristal,

Tão desmesurado amor.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 21/11/2019
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