Salmo Repentino

Uma cortina faz o céu em aves de rapina

Tuas finas mãos flagelam em vãos

As costas que passam expostas

E, como duas colunas, adunas

Ambas videira e roseira em coroa divina

Troaste aquilo verdadeiro no filho,

Qual o sequilho roubara da tua casa,

Obrigando a ele ter-se mitigando

Entre os moribundos e imundos

Seu tesouro mor: tua dor, teu castigo

Mutilaste a montanha em campanha

Negaras do Sol as façanhas

E prostraste a vida em espera cativa

De tua denúncia e tua malícia,

Encerrando o passo de quem por ali vinha

Traz teu cínico rosto velado agora!

Implica o punho firme, que em mim arrime!

Mas diz sereno o teu desejo

E dado novamente estará este miúdo menino

Aquém do cárcere cretino, onde contigo ainda mora

H Reis
Enviado por H Reis em 03/12/2019
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