Levado

Talhado das pedras

Arrancado dos ventos

Mas não sou solo

Nem tomo muito o tempo

E nem faz tão pouco

De mar me abolho

Vou pesado ao fundo

Espanto o obscuro

Volto quase branco-mármore

Quase leve e moribundo

Enfumado de quase tudo

De um sabor bem salgado

Caísse à boca, um sorriso,

Uma dança bem curta

Uma saia, uma memória rotunda

Haveria ali meu destino

Mas me obriga ir a preguiça

Do mais diligente dos dias

Sou carregado de novo

Outro estranho horizonte e outro

Aonde mais?

H Reis
Enviado por H Reis em 04/12/2019
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