Uma questão de valia

Um dia, andava às birras com as torradas no café da manhã.

No outro, assemelhava o passaredo ao transito na Índia.

Ah, quanto tempo perdido!

Só quando faltava energia para segurar a tristeza

é que dava conta do quanto em vão a desperdiçara.

Gastara em coisas que de antemão, saiam de outra cartilha,

rezavam outra oração. Que tola, a certeza absoluta!

Uma luta desprovida de razão.

Só era preciso fazer o café da manhã

e ver que a vida anda como um rio

que visto de cima, inexoravelmente corre para o mar.

E que apesar do previsível destino

seu leito guarda tanto mistério,

mais profundo do que se pode suspeitar .

E só quem mergulha dirá que o entende

se bem que naquele momento,

pois no outro dia será diferente.