Quem me dera?!

A dor que me dilacera

é a mesma que abre a janela

da minha acomodada alma,

E, diz-me que vivi quimera,

Diz-me como uma velha calma.

Na franqueza da visão

Vejo a fraqueza e, não sei não,

Preciso me reinventar...

Mas tanto tempo deixei ter passado

Que quando olho para o lado.

Pergunto: o que sei eu fazer?

Então, a sensação de inutilidade

Chega a me esmorecer...

Mas, ainda olhando pela janela,

que pela dor a mim foi aberta,

A única coisa que me parece certa:

Plantar sementes para a primavera,

Saí ao campo, esquecer a visão das frestas,

E, ao invés de dizer: Quem me dera?!

Eu mesmo toco, eu mesmo danço em minha festa.

Esqueço a ilusão, trabalho por mim.

É da minha responsabilidade zelar pelo meu bom fim.