AMOR DE INFÂNCIA

Escrevo em todos os lugares do mundo. Escrevo com pedra, nas pedras para que fique eterno e role pelos rios até chegar ao amr!...

Escrevo na poeira, para que seja recolhido pelo vento e lançado às nuvens, brilhando assim, junto às estrelas e se espalhando pelo universo!...

Escrevo com tinta verde, para que seja fundido com a cor dos teus olhos, para que seja fundido com a cor das matas, com a vida, com a esperança!...

Esperança de acabar com a saudade de poucas lembranças! Saudade quase sem ponto de referência! Saudade do tempo ingênuo perdido na infância que meus olhos míopes não puderam ver! Saudade daquilo que minhas mãos não souberam colher! Ou nem souberam plantar!

Havia tanto amor e tanto tempo... Como se, tanto terreno e tantas sementes... tanta chuva e tanto sol... E eu não soubesse nada da terra. Achava que o amor, brutava, crescia e dava frutos, sem que se precisasse regar!...

O tempo, o sol e a chuva foram embora... As sementes foram plantadas em territórios alheios... Tudo acabou!... Hoje sou folha seca em redemoinho ao vento, tentando preencher espaços vazios a beira de uma estrada que não sei para onde vai!... Não restou mais nada! Só a saudade e este poema que agora me acompanha e ganha a cor dos teus olhos, que procuro buscar sempre em outros olhos. Brilhantes, opacos, alegres ou tristes, escuros ou claros. Mas só encontro a minha saudade!...

Não temos mais aqueles dias... Não temos mais aquele amor!...

Mas eu, tenho a minha saudade!... Tenho as minhas fantasias!... Tenho este poema!... Escrito com a cor dos teus olhos! Amanhâ não sei, talvez eu tenha outros poemas, mas, apesar de tudo, este, terá sempre um pouco de você!...

NORBERTO CASTRO
Enviado por NORBERTO CASTRO em 07/11/2005
Código do texto: T68326